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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Cordel Lamentos de um açude

Autor: Sivirino José do Aracaju

LAMENTOS DE UM AÇÚDE

Já fui majestade
Reinei neste lugar
Hoje, porém,
Estou a agonizar.
Viver é difícil,
Aqui neste lugar.

Sou um velho açude,
Em Adustina localizado.
Porém no descaso
Sempre estive abandonado.
Hoje, já no fim,
Quem será que é culpado?

É o que todos perguntam.
Esquecem do seu passado.
Político é assim mesmo
Buscam sempre um culpado,
Esquecem que com o poder
Todos já tiveram abraçados.

Sou um velho açude
Já no fim do meu reinado.
Por mais de quatro décadas
Estive sempre abandonado
E quem vive às minhas margens
Pagam pelo mesmo pecado.

Gente simples e humilde
Que vive em dificuldades.
Quem governa só promete
Obras, vejam a realidade!
Os Políticos põem a culpa
Em quem governou no passado.

Esquecem essas elites
Farinha da mesma fornalha.
Aponte hoje um único
Que não passou na mesma calha
Todos já provaram do peixe
Pescado na mesma malha.

Político é assim mesmo
Faz tudo pra se engrandecer
Mas projetos para vida
Estes não buscam fazer
Ignoraram sempre a mim
Agora querem aparecer.

Estou quase sem água
Não por causas pluviométricas.
A culpa é dos políticos
Que em passadas quilométricas
Viraram para mim, costas
De forma bem indiscreta.

Comecei a morrer
Logo ao ser construído,
Desmataram minhas terras
E meu leito foi entupido.
O assoreamento terrível,
Por ele fui engolido.

Cadê os projetos
Para o meu rio revitalizar?
Vejam o que fizeram
Com minhas matas ciliar.
Tudo foi destruído
Para o progresso continuar.

O progresso é culpado?
Culpado ele não é.
Faltou mesmo foi visão
Dessa gente que só quer
Tirar uma grande casca
Da árvore que ainda tá de pé.

O Rio Velho sempre pediu
Ações bem consciente
Que envolvesse por aqui
Toda essa nossa gente.
Cadê a sustentabilidade,
Para salvar nosso meio ambiente?

Meu rio sempre precisou
De um comitê gestor,
Para melhor orientar
Projetos de grande valor
E assim revitalizar
Ou preservar o que restou.

Esse dito comitê
É por lei, regulamentado.
Abrange todo o território
Pelo Rio Velho banhado.
Exige políticas publicas
E agentes compromissado.

Termino esse cordel
Bastante indignado.
E se você não gostou
Deve ser também culpado.
Tem a face de anjinho
E o coração do diabo.

FONTE; JEREMOABO AGORA